Cigarro pode matar mais de um bilhão neste século

Por Jorge Alexandre Machado

A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que mais de um bilhão de pessoas podem ser vítimas do cigarro, neste século, se governos e sociedade não agirem de forma a reverter essa tendência. No século XX, foram cem milhões de mortes associadas ao hábito de fumar, revela o relatório da OMS.

Durante a vida, reduzida pelos malefícios do tabaco, também vão com a fumaça muitos sonhos que poderiam ser realizados. Se calculados os valores gastos com o vício diariamente, pode causar surpresa o que poderia ser adquirido com o valor dispendido nos últimos dez anos, por exemplo. Há quem faça as contas e constate que já fumou o equivalente a um apartamento, nesse período, ou a um carro popular e até de luxo, ou mesmo tragado aquelas tão sonhadas férias com a família que, no momento, ainda está no rol dos sonhos de consumo.

Para a OMS é preciso monitorar o uso do tabaco e estabelecer políticas de prevenção, proteger os fumantes passivos, ajudar quem queira parar de fumar, alertar sobre os riscos do hábito tabagista, incentivar a propaganda anti-tabagista, criar e elevar impostos sobre a comercialização do cigarro.

Em entrevista à Agência Brasil, a dona de casa Antônia Prudêncio da Silva, fumante por 30 anos, diz que largou o cigarro e não fumaria se soubesse dos malefícios provocados pelo tabaco. Já o comerciante Valter Ribeiro declara que perdeu um filho com câncer e acredita que a doença tenha sido provocada porque a mulher fumou durante a gestação.

Hoje, dia internacional contra o cigarro, um estande no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília (foto de Marcello Casal Jr./ABr), mostra produtos tóxicos presentes no cigarro, como formol, solventes e metais pesados. Lá, um mutirão de combate ao fumo promove teste de capacidade pulmonar, glicose, colesterol e monóxido de carbono, gás nocivo liberado pela fumaça do cigarro. O organizador do mutirão e coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Celso Rodrigues, declarou que “cerca de 200 mil brasileiros morrem por ano por doenças provocadas pelo fumo, enquanto a tuberculose só mata 8 mil”. O evento marca as comemorações na capital federal do Dia Mundial sem Tabaco.

No Rio de Janeiro, entrou em vigor hoje o decreto da Prefeitura da cidade que proíbe o fumo em locais coletivos fechados, públicos ou privados. Agora, na cidade maravilhosa, só será permitido que as pessoas fumem em áreas externas de prédios e de estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes, o que determina o fim dos “fumódromos”. Hoje e amanhã no calçadão da Avenida Atlântica, em Copacabana, em frente à Rua Siqueira Campos, na zona sul, e na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte, os fumantes podem medir o nível de monóxido de carbono no pulmão e ser examinados por um estomatologista, para diagnosticar possíveis lesões na boca provocadas pelo fumo.

Em São Paulo, o Hospital Beneficência Portuguesa, em parceria com o Centro de Tratamento do Tabagismo, também realizou uma campanha em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco. O objetivo foi conscientizar a população sobre os riscos que o cigarro oferece à saúde e orientar como livrar-se do vício. Médicos, psicólogos e nutricionistas deram orientações e prescrições de medicamentos.

Para muitos que deixaram de fumar, o segredo foi fazer de cada dia um dia pessoal sem tabaco. Ao vencer diariamente esse mal, um contingente cada vez maior passa para a categoria de ex-fumantes, com direito a créditos na longevidade, reforços na auto-confiança e poupança reforçada pela economia nos gastos diretos e indiretos com o vício.

Comentários

Marli Fiorentin disse…
olá!
Obrigada pela visita ao meu blog. Não tenho tido muito tempo para postar mais. Volta sempre. Abraço!
Tatiana Carlotti disse…
Olá Jorge, gostei bastante do seu blog. Já adicionei no meus links.

Um abraço
Tatiana
www.tcarlotti.blogspot.com