Sapo-cururu pode ser a arma contra a leishmaniose

Foto: Agência FAPESP
Por Jorge Alexandre Machado

Dois esteróides foram isolados por cientistas dos institutos Adolfo Lutz e Butantan, a partir das toxinas da pele do sapo-cururu, e se mostraram eficazes para matar o parasita causador da leishmaniose, segundo a Agência de Notícias FAPESP.
A leishmaniose ou leishmaníase ou calazar ou úlcera de Bauru é provocada por parasitas unicelulares chamados Leishmânia. A doença pode ocorrer sob a forma visceral, que ataca os orgãos internos, cutânea, que atinge a pele, e mucocutânea, que invade, além da pele, as mucosas.
A leishmaniose visceral é fatal em mais de 90% dos casos sem tratamento e está avançando no Brasil. É o segundo maior assassino parasitário no mundo, depois da malária. A doença é transmitida pela picada de mosquitos hospedeiros do parasita Leishmânia. O inseto se contamina ao sugar o sangue de mamíferos infectados e, ao picar um animal ou pessoa sadia, injeta os parasitas.
O estudo, coordenado por André Tempone do Instituto Adolfo Lutz, isolou dois esteróides ativos, encontrados no veneno do sapo, capazes de destruir a Leishmânia sem causar danos às células dos mamíferos. Além disso, uma das moléculas também mostrou que é capaz de matar o Trypanosoma Cruzi, causador da doença de Chagas. "A glândula parotóide do sapo conta com uma quantidade imensa de veneno, que tem uma toxicidade imensa. Mas, com a purificação da molécula ativa, eliminamos a parte tóxica e testamos o elemento ativo no parasita", disse Tempone à Agência FAPESP.

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