CALOR NOS POLOS





Por Jorge Alexandre Machado

A revista Nature publicou artigo nesta quinta-feira (22/1) revelando que o aquecimento no oeste da Antártica é maior do que o esfriamento no leste e, na média, as temperaturas no continente estão mais elevadas do que há meio século.

O que os cientistas pensavam era que, enquanto o resto do mundo aquecia, grande parte da Antártica tornava-se cada vez mais fria. “O oeste da Antártica é muito diferente do leste e há uma barreira física, as montanhas Transantárticas, que separa os dois lados”, avalia Eric Steig, diretor do Centro de Pesquisa Quaternária da Universidade de Washington e um dos autores do estudo.

Segundo os pesquisadores, o aquecimento no lado ocidental tem sido maior do que 0,1ºC por década, nos últimos 50 anos, ou seja, um total de 0,5ºC no período. Satélites ajudam a calcular a temperatura superficial por meio da medição da intensidade de luz infravermelha radiada pelo gelo.

Enquanto o planeta esquenta e seus efeitos se fazem sentir na mudança total do clima em todos os hemisférios, com efeitos devastadores em muitas regiões, as ações de conservação esfriam ou emperram, permitindo a devastação de florestas, a emissão cada vez maior de carbono na atmosfera e a poluição dos rios e mares.

Mais calor nos Polos pode ser sinônimo de mais inundações, mais devastações, mais desequilíbrio ambiental. Parece que a globalização ainda carece de uma organização global para que se migre da visão local ou regional para uma consciência global, de forma a preservar o planeta e, com isso, a nossa própria espécie. Parece tão óbvio, mas tão distante...

O artigo Warming of the Antarctic ice-sheet surface since the 1957 International Geophysical Year, de Eric Steig e outros, está disponível para assinantes da revista Nature em www.nature.com.

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