Por Jorge Alexandre Machado
Foi descoberto, no Equador, uma espécie de sapo "que pode mudar a textura da pele para se camuflar", diz o jornal Correio Braziliense de hoje.Segundo o periódico, o Pristimantis mutabilis, seu nome científico, foi localizado na Reserva Las Gralarias e, se colocado sobre um musgo, apresenta visual espinhoso, mas, em cima de uma superfície de plástico, logo assume a pele lisa. Embora a matéria esteja, de forma muita acertada, na editoria "Ciência", também poderia estar na "Política", com algumas adaptações, pois nos lembra muito a espécie de políticos que temos em nosso País. Na época das eleições, camuflam-se de forma tão perfeita que todos acreditamos em suas promessas, temos a certeza de seus bons propósitos pelo sorriso afável e confiamos que caminharemos juntos, porque ali está, bem perto de nós, o nosso representante, que logo saberemos ser um mutante. Quando chega a hora do resultado eleitoral, nesse momento, ocorre o fenômeno que, para muitos, continua sem explicação: a mutação. Aí lembramos daquela pele lisa que em outro ambiente pode se tornar espinhosa. Não conseguimos mais proximidade e nem reconhecemos aquela criatura transformada e que nos transtorna a todos.No fim da matéria, o jornal comenta "Os cientistas descobriram que o processo de mudança leva três minutos..." Só então percebemos alguma diferença entre as duas espécies. No caso do nosso político, a mudança leva o tempo da campanha eleitoral, que com certeza se arrasta por alguns meses. E para aquelas românticas que pensam no sapo como um possível príncipe, eu relembro as palavras de Cássia Eller na música Malandragem, de Cazuza e Frejat "Quem sabe o príncipe virou um chato. Que vive dando no meu saco. Quem sabe a vida é não sonhar".
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